Tenho doença celíaca. Devo me preocupar com a intolerância à lactose?

 

Condições clínicas que têm relação com a nossa alimentação levantam muito mais inseguranças quando o seu diagnóstico é feito. O simples ato de ter que limitar (ou remover) o consumo de algum determinado tipo de alimento já pode reduzir significativamente a qualidade de vida de muita gente, já que a nossa relação com a alimentação também tem um aspecto social.

Condições clínicas que têm relação com a nossa alimentação geram transtornos mediante seu diagnóstico. O simples ato de ter que limitar (ou remover) o consumo de algum determinado tipo de alimento impacta diretamente na qualidade de vida, já que nossa relação com a alimentação impacta também em um aspecto social.

O que é e como se manifesta a doença celíaca?

A doença celíaca é uma condição autoimune manifestada na mucosa do intestino humano, após a ingestão de alimentos ricos em uma proteína chamada glúten. O glúten é a proteína de cereais como o trigo, o centeio e a cevada e, por isso, encontrado com facilidade na alimentação dos brasileiros.

A ingestão do glúten, que não é absorvido por pacientes que desenvolvem essa condição, é perigosa para a saúde da mucosa intestinal, levando a sérias lesões nas suas vilosidades se mantida a longo prazo. Por isso, o tratamento para essa condição se resume na remoção do glúten por completo da dieta desses pacientes, para encerrar os sintomas manifestados após sua ingestão.

O que é a intolerância à lactose?

A intolerância à lactose, por sua vez, é uma condição causada por uma incapacidade do organismo em produzir lactase – a enzima responsável pela absorção desse açúcar no corpo. A queda na produção de lactose pode ter várias causas, que variam desde uma manifestação genética, como até mesmo uma consequência de uma outra doença já instalada no organismo.

A intolerância à lactose é caracterizada por sintomas relacionados com o trato gastrointestinal e, por isso, é possível observar quadros de diarreia, cólicas e má absorção de nutrientes nesses pacientes que consomem produtos que contém lactose.

Qual é a relação entre as duas condições?

Existe uma forte relação entre doença celíaca e intolerância à lactose porque a primeira condição que é a doença autoimune relacionada ao glúten, pode ter como um de seus sintomas o desenvolvimento de intolerância à lactose.

Em pacientes com doença celíaca que transgridem a dieta, ou seja, consomem glúten, o risco de desenvolver a má absorção é alto, visto que as microvilosidades do intestino estão lesionadas e severamente prejudicadas.

A má absorção não atinge apenas as vitaminas e minerais, que ficam em deficiência no organismo, mas também enzimas importantes – como a lactase. Portanto, em pacientes com doença celíaca com sintomas ainda agudos e vigentes, a intolerância à lactose pode ser desenvolvida como uma condição secundária.

O que preciso fazer para evitar o agravo das doenças?

O tratamento para qualquer condição clínica relacionado a alimentação é sempre fazer ajustes na dieta do indivíduo baseia-se na restrição do nutriente causador do desconforto. Por isso, para pacientes com doença celíaca, a remoção do glúten da dieta é o único tratamento eficiente para cessar os sintomas que levam a várias situações (inclusive à intolerância à lactose).

Com a remoção do glúten da dieta os sintomas da doença vão diminuindo, porém a recuperação dos níveis de lactase no organismo acontecem de forma mais lenta, sendo necessário manter a lactose fora da dieta ou fazer uso da enzima.

Após um período de tratamento, o médico responsável pelo paciente pode reintroduzir, gradualmente, a lactose na alimentação, verificando se o grau de intolerância persiste ou foi recuperado após o controle da doença celíaca.

O paciente diagnosticado com doença celíaca sempre deve ter uma atenção especial quando o assunto são seus sintomas gastrointestinais, já que eles podem ser responsáveis por desenvolver quadros como a intolerância à lactose. Essa situação aconteceu com você? Como você tem feito o tratamento para recuperar sua saúde e qualidade de vida? Conte para a gente!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4112432/

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4586575/

http://www.scielo.br/pdf/%0D/jped/v81n5/v81n5a02.pdf

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