Quais são os tipos de intolerância à lactose?

Nós, humanos, somos capazes de digerir a lactose mesmo depois de atingirmos a idade adulta – na maioria dos mamíferos a atividade da enzima lactase diminui logo após o desmame.

É importante notar que intolerância à lactose não é o mesmo que alergia à proteína do leite. A alergia à proteína do leite ocorre quando o sistema imunológico reage as proteínas do leite, tratando-as como se fossem um organismo nocivo.

Pessoas com intolerância à lactose têm dificuldade em digerir a lactose – o principal açúcar encontrado no leite – devido a uma quantidade inadequada da enzima lactase que resulta em problemas gastrointestinais cerca de 30 minutos a 2 horas após o consumo de produtos lácteos.

Aproximadamente 70% dos brasileiros apresentam algum grau de intolerância à lactose, que pode variar entre sintomas leves, moderados ou graves.

Mas que tipos de intolerância à lactose existem? Veja no artigo de hoje:

Prevalência da intolerância à lactose na população

Há cerca de 9.000 anos, época em que a agricultura era inviável no inverno e os alimentos eram escassos, comunidades pastoris do Norte e Nordeste da Europa passaram a utilizar o leite do rebanho como alternativa nutricional. O alimento tornou-se diferencial para a sobrevivência destes povos, que ao longo dos séculos passaram por uma mutação genética que permitiu a tolerância do alimento no organismo de indivíduos adultos.

Por isso, a persistência de lactase é muito comum entre as populações descendentes do norte da Europa. Já a intolerância à lactose é mais comum entre as populações africanas, asiáticas e hispânicas. 

No mundo, cerca de 65% da população apresenta um dos sintomas da intolerância à lactose na idade adulta. Nesta fase, os níveis de lactase podem decair a 10% da taxa existente no período da infância.

Quais são as causas da intolerância à  lactose?

O intestino delgado de uma pessoa não intolerante é capaz de produzir enzima lactase, que ajuda a digerir o açúcar do leite. Assim, a lactose é quebrada em dois açúcares mais simples, a glicose e a galactose, que são então absorvidos pela corrente sanguínea.

Pessoas com intolerância à lactose têm dificuldade em digerir a lactose devido a quantidade inadequada ou ausência da enzima lactase no intestino.  A lactose não digerida segue para o intestino e entra em contato com as bactérias, formando gases e excesso de líquido, que causam desconforto intestinal.

Os sintomas variam de pessoa para pessoa conforme a quantidade de lactose consumida e o nível de intolerância. Embora alguns adultos intolerantes à lactose possam tomar um copo de leite ou uma colher de sorvete sem apresentar nenhum desconforto, outras pessoas podem sentir um grande mal estar ao experimentar um copo pequeno de leite.

Quais são os tipos de intolerância à lactose?

Existem vários tipos de intolerância à lactose. O mais raro é denominado deficiência congênita.

Deficiência congênita

É um distúrbio hereditário extremamente raro, que ocorre quando uma criança nasce sem a capacidade de produzir lactase. Essa deficiência é causada por uma mutação do gene LCT, responsável pela síntese de lactase pelo organismo.

Só é possível nascer com a deficiência congênita quando os pais da criança também possuem a mutação genética. O tratamento pode estar vinculado a remoção ou substituição da lactose da dieta. Além disso, outra alternativa é o uso de suplementos alimentares que auxiliam na digestão da lactose.

No entanto, nem sempre a intolerância à lactose está associada à genética.

Deficiência primária 

É a diminuição natural da produção de lactase pelo organismo à medida que envelhecemos.

Embora a deficiência primária possa causar sintomas severos de intolerância ao leite, seu início é tipicamente sutil e tende a progredir lentamente ao longo dos anos.

A maioria dos indivíduos com deficiência primária experimenta o início dos sintomas no final da adolescência e na idade adulta.

Deficiência secundária ou deficiência adquirida

Surge quando a produção de lactase pelo organismo é afetada por uma infecção ou doença como a enterite infecciosa, doença celíaca ou a doença de Crohn – uma doença inflamatória crônica do intestino capaz de afetar todo o sistema digestivo.

Geralmente, o tratamento da deficiência secundária não requer a permanente eliminação da lactose da dieta e pode incluir a suplementação enzimática como auxílio para digerir a lactose. Uma vez que o problema principal foi resolvido, é possível reinserir gradativamente os produtos lácteos na alimentação.

A intolerância à lactose tem sido reconhecida como um problema comum em muitas crianças e na maioria dos adultos em todo o mundo. Seus sintomas podem levar a um desconforto significativo e a perda da qualidade de vida.

Agora você já sabe quais são os tipos de intolerância à lactose. Quer saber mais sobre o assunto? Continue acompanhando as novidades do nosso blog!

Referências:
http://www.nutricaopraticaesaudavel.com.br/index.php/saude-bem-estar/confira-os-tipos-de-intolerancia-a-lactose/
https://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/intolerancia-a-lactose/

Que tipo de intolerante à lactose você é?

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